Após 77 anos de casado, homem de 99 anos se divorcia da esposa de 96 anos por motivo inusitado

Em 2011, uma história curiosa — e ao mesmo tempo dramática — tomou conta dos jornais italianos e, mais recentemente, voltou a circular nas redes sociais. O casal Rosa e Antonio, ambos italianos, decidiu se divorciar após impressionantes 77 anos de casamento. Até aí, já seria um caso raro. Mas o detalhe que chamou a atenção foi a idade: ele tinha 99 anos, ela 96. Mais do que isso, Antonio acabou sendo considerado, na época, o homem mais velho do mundo a se divorciar.

Tudo começou décadas antes. Muito antes, aliás. Segundo a imprensa local, Antonio descobriu em 2002 que havia sido traído… lá em 1940! Ele encontrou, por acaso, algumas cartas de amor que Rosa havia escondido no fundo de um gaveteiro antigo. As cartas eram dirigidas a um amante que ela teria conhecido durante a juventude.

Quando questionada, Rosa não negou. Admitiu ter escrito aquelas cartas cerca de 60 anos antes. A revelação caiu como uma bomba na vida do casal. Ainda assim, naquele momento, Antonio optou por tentar seguir adiante. Passaram-se mais de dez anos depois da descoberta, mas o peso da traição nunca deixou de existir.

De 2002 até 2011, o relacionamento passou por crises, discussões e momentos de ciúmes que reabriram feridas antigas. Rosa chegou a pedir perdão várias vezes, mas Antonio, aos 99 anos, decidiu que era hora de encerrar a história. Deu entrada no processo de divórcio, encerrando oficialmente um casamento que começou na década de 1930.

A história dos dois é quase um retrato de outra época. Eles se conheceram em Nápoles, quando Antonio era policial. Casaram-se em 1934 e, ao longo das décadas, construíram uma família numerosa: cinco filhos, mais de dez netos e até alguns bisnetos. Apesar da vida longa e das mudanças que o mundo passou, o casal manteve o casamento firme — pelo menos até a verdade vir à tona.

Curiosamente, não há registros na internet sobre o falecimento de Rosa ou Antonio. É como se a história tivesse congelado no tempo, parada no momento do divórcio.

Mas a internet, claro, não deixou passar batido. Quando o caso ressurgiu nas redes sociais, milhares de pessoas decidiram dar seus pitacos. E como acontece nesses casos, as opiniões foram bem divididas.

Alguns defenderam Antonio, dizendo que a lealdade é um valor inegociável. “Valor moral e ética não se discute. Caráter é pra poucos, lealdade se escolhe e fidelidade é obrigatória num relacionamento. O tiozão é exemplo”, escreveu um usuário. Outro foi mais direto: “Moral da história: pode até demorar, mas a verdade sempre aparece.”

Outros, porém, acharam que a decisão foi exagerada, especialmente considerando o tempo passado desde a traição. “Tio, esse chifre já prescreveu! Relaxa!”, brincou um internauta. Outro comentou: “Eu nem separava mais… já tinha perdido mais de 70 anos da minha vida com ela, o que eram mais 10?”

O caso acabou virando também um debate sobre perdão, ressentimento e sobre como as feridas do passado podem ou não ser curadas. Há quem diga que a atitude de Antonio foi uma demonstração de dignidade e de amor-próprio, ainda que tardia. Outros enxergam como uma decisão movida mais pelo orgulho do que pela necessidade.

O que é certo é que essa história, seja vista como tragédia, romance mal resolvido ou até como comédia de costumes, mostra que, no amor — e na vida —, as reviravoltas podem acontecer a qualquer momento. Mesmo aos 99 anos.